ELES E A POLÍTICA DELES - Crítica
O que é Pátria?...
O que é Pátria para alguns?...
O que são seus compatriotas?...
Por que o próximo tão pouco lhes importa?
Por que tratam com tanto desprezo e desamor a causa humana, a dor de
seus iguais?...
Por que tanta indiferença para com aqueles que estão à míngua nos
hospitais?...
Por que não se sensibilizam com a mãe que grita, se contorcendo, contorcendo
o coração e a alma, com a dilacerante dor da perda de um filho?
Uma dor que supera em vezes e mais vezes a dor de um parto!...
Cravando no mais profundo do seu ser, uma tristeza mais intensa do que a
alegria de aconchegar nos braços pela primeira vez o seu rebento!
Demonstram através de suas atitudes, de suas mais diversas ações; tão
cruel descaso aos flagelos dos outros, que às vezes até questiono, se realmente
de fato amam aos seus...(entes)
Por que parece que amam somente a si mesmos e que o mundo tem que girar
em torno dos seus umbigos?
Não conseguem disfarçar o incontrolável desejo de poder; de posses e
mais posses. E são insaciáveis quando se trata de dinheiro!
Não lhes importa se a parturiente morre por falta de um atendimento
adequado, ou se nasce morto o seu bebê tão esperado; por ter passado da hora de
nascer!
Não lhes importa se o doente tem o seu estado de saúde agravado por
falta de um medicamento, ou por um procedimento, que lhe era muito necessário...
Não lhes importa se o enfermo não consegue respirar e agonizando vá
até à morte, à espera de um aparelho que leve aos seus pulmões um pouco de ar!
Se a criança se encontra desnutrida e se faminta chega à escola ou
creche e faminta volta para casa, isso se escola, creche tiver!
Tampouco lhes importa se o cidadão tem onde morar; se o que ele chama de
casa é um barraco de tábuas, ou que a casa por ele tão sonhada e a ele prometida, ao lhe ser entregue já se encontre toda rachada, consequência de obra mal
feita, superfaturada!
Nada nem ninguém para eles importa; senão aquilo ou aqueles que lhes
garantam a permanência, ou a ascensão ao poder. E poder pelo poder!
E dentre tantos outros sentimentos, temos o de que somos reféns de suas
crueldade e ganância; ganância que os faz cruéis sim, mas não se dão conta
disto, suas insensibilidades não lhes permitem!
E se apoderam do que é de todos; dividem, leiloam entre eles o que não é
deles, usam como moeda de troca os bens que são de todos nós, de toda a nação,
muitos destes bens são de valor inestimável e indispensável à sobrevivência humana, mas eles
são seres “superiores”, não precisam dos recursos naturais, só de dinheiro e
posição!
E quase que tão cruel quanto eles é a sensação de impotência que nos
assombra diante de seus desmandos.
Temos uma única arma, que só podemos usar periodicamente, de dois em
dois anos e parece que a usamos mal e a arma que é nossa, que é usada por nós,
parece servir somente para armá-los contra nós!...
E armados por nós, nos fazem reféns do transporte público de péssima
qualidade, de condições lamentáveis nas escolas públicas, de situações e
condições desumanas nos hospitais, da falta de segurança, de escolas e creches,
de estradas intransitáveis e assassinas. Mas na verdade – elas são inocentes – quem
assassina são eles!...
Tudo isto e muito mais nos impõe a angustiante sensação de que não somos
legitimamente livres e de que precisamos gritar um grito de independência que
ainda não gritamos e que demos sim este grito de independência; não como o que
deu Dom Pedro I, que foi "independência ou morte", porque de mortes não precisamos
mais, pois já temos em demasia, portanto independência sim, mortes não,
mortes não, não precisamos de mais!...
Pelos que já foram; pelos que são e pelos que serão alcançados pela
Policia Federal e pelo Ministério Público, dou graças a Deus, viva ao Supremo e pelos que já saíram de cena ou do cenário, ilesos, sem nada pagar
pelos seus atos, porque não vieram a público ou tão a público e ainda pousam de
homens honrados, por esses não me conformo, não me conformo que por nada paguem
e ainda vivam desfrutando do que não lhes é licito; por esses agradeço a Deus
por existir o inferno!
A Política não
corrompe. Apenas oferece oportunidades que possibilitam ao indivíduo, revelar o seu
verdadeiro caráter já corrompido.
Observação: escrevi esta crítica em novembro de 2017, mas é impressionante como ela que já retratava o que a muito nós brasileiros víamos e vivíamos, retrata ainda mais o que vemos e vivemos em todo este ano de 2020.
Comentários
Escrevi este texto acerca de três anos atrás mas até parece que ele foi escrito muito recentemente, pelo quão atual ele é, embora três anos não seja muito tempo, ele retrata ainda mais, esses últimos tempos que estamos vivendo.
Dirce Maria