A VIDA COM DEUS E UMA CAMINHADA... - Reflexão
Há sempre uma intenção, ou uma pretensão quando se inicia uma caminhada; se caminha, ou se corre com o objetivo de alcançar algo no final, de conquistar, de se apossar de uma compensação, de chegar e mais, não apenas chegar, chegar por chegar. E quando e como se chega, não depende apenas de como se começa, mas de como se desempenha, se esforça e procura ser prudente.
No começo de um percurso é natural que a ideia fixa seja seguir em frente, seja caminhar, caminhar até chegar onde almeja, porém, não basta caminhar, é preciso prestar a atenção no como se caminha, pois, isso ajuda a evitar os tropeços.
Os tropeços são sempre um atraso na caminhada, visto que a cada vez que se tropeça a gente se vê obrigado a parar; parar para verificar a gravidade das consequências do tropeção, para tratar os ferimentos causados por ele e o tempo que se gasta, depende do quanto se machuca, o quanto se machuca vai do tamanho do tropeção ou do tombo, sim, porque às vezes o descuido é tanto que um tropeço leva a um grande tombo e quanto maior a queda, mais se machuca e mais tempo é necessário para se levantar e tratar as feridas, o que torna penosa a caminhada e atrasa a chegada ao destino desejado e por vezes, não semente atrasa, contudo, de fato impede, isso depende muito da decisão e da determinação de cada um; se esforçar para se levantar depois de uma queda e para suportar as dores, prosseguindo na caminhada, definitivamente não é nada fácil, todavia ficar ferido pelo caminho, desistindo do objetivo que motivou o início da caminhada e de alcançar a ajuda necessária para curar as feridas, eu nem diria que é certamente mais difícil, simplesmente isto nem deve ser uma opção.
Portanto, é necessário que ao se iniciar um percurso, além de aguerrido e determinado, o ser humano seja diligente, como ninguém é perfeito, nem mesmo tudo isso é garantia de que as quedas não venham existir; por isso é essencial que em toda caminhada se porte também a resiliência. Resiliência, é sem sombra de dúvida uma das mais marcantes características dos atletas de alto rendimento, é impressionante como eles caem e se levantam, como eles suportam as dores, como levantam a cabeça e partem para cima de novos objetivos logo após sofrerem uma derrota, grandes derrotas muitas das vezes; se eles se paralisassem diante de cada uma das que sofrem, não chegariam a lugar nenhum; toda derrota é uma queda, porém nem toda queda é necessariamente uma derrota, ela só o será, se o caído não se levantar. Bom seria não cair, mas se cair, que se levante!
Comparo o cristão a um atleta de alto rendimento; com caminhada promissora, destinado a conquistas, objetivando alcançar o alvo, porém os tropeções, os tombos na caminhada do cristão é sempre o pecado e assim como cada vez em que se cai durante a caminhada, se atrasa a chegada, cada vez em que o cristão cai em pecado, ele obviamente atrasa a sua chegada, o alcance do seu alvo e ele precisa ter mais que resiliência mas a consciência de que desistir não deve, não pode ser uma opção.
A grande diferença entre o cristão e o atleta, entre o cair de um e de outro; está no fato de o homem enquanto atleta, embora percalços, fatalidades existam, ele ter exata noção de quanto tempo dentro do seu período produtivo ainda lhe resta para que ele possa, após se recuperar, ir em busca de suas conquistas.
O cristão, por sua vez, precisa ter plena consciência de que o homem não sabe quanto tempo de vida lhe resta, portanto nunca se sabe se haverá tempo suficiente para se levantar de uma queda, para superar seus estragos, para curar as feridas por ela causada e mesmo que haja tempo, que se supere os estragos; sempre haverá um atraso e cicatrizes. E de tropeço em tropeço, de queda em queda, vai havendo atrasos e de atraso em atraso, se fica para trás.
Os tropeços, as quedas, são atrasos na vida; eles atrasam a vida, a caminhada, a chegada e por muitas, muitas vezes eles não apenas atrasam, contudo, impedem.
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