OLHANDO PARA O NADA... - Poema
Fixas os olhos...
Olhos fixos!...
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Pareces contemplar o além...
Pois, descrevas-me, que vês?
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Sem cor nem forma,
Sem volume ou movimento!...
Indescritível!
Quando deparas-te com ele,
Distancias-te de mim!...
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Ciosa inutilmente,
Imploro-te insanamente... (insana mente)
Restituas-me;
Que seja do infindo,
O tino deste meu ser!
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Viandante do infinito,
Olvidas-te de mim...
Olhando para o nada!...
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Quando escrevi este poema, vários anos atrás; foi na verdade para aplacar o estranho questionamento que eu carregava comigo sobre o fixar os olhos, sem que se possa identificar a direção na qual ou no que exatamente os olhos de uma pessoa se fixam quando ela está, como se costuma dizer: distraída ou com olhar perdido. Algo que sempre me acontecia e me deixava ao mesmo tempo bastante intrigada.
Eu questionava o porquê disto acontecer, para onde ou no que os meus olhos se fixavam. E tudo pareceu se resolver quando tive a inspiração para esse poema; como se ele explicasse isto, o que estranhamente, para mim em particular, era muito necessário (risos).
E ele tanto parece a fala de alguém que inquire a um ente (a um ser amado) como também parece ser a fala de uma pessoa para si mesma, ou para a sua própria mente e isso é evidenciado no trecho insanamente e insana mente.
Comentários
E só para registrar, esta poesia tem 27 anos, até havia me esquecido da última estrofe (risos).