A TODOS NÓS... - Crônica Filosófica






A cidade está deserta;
Mas em suas casas há festas;
Está toda quieta;
Em suas ruas ninguém se desponta, se desperta;
Estão todos em seus cantos,
Com seus encantos,
Outros com seus prantos
E são tantos!...
Ela que é cheia de vida!...
Toda viva!...
Com suas tristezas
Com certeza,
Também com suas alegrias.
Dentro dela,
Uns se destacam
Pelo seu luxo
Outros, pelo seu lixo...
Os do luxo... notáveis, super visíveis,
Os do lixo... invisíveis;
Uns se acham invensíveis,
Outros se sentem vencidos.
Uns juram ser melhores que os outros,
Outros se consideram piores que uns e outros;
Os que se julgam superiores,
Parecem nem pertencer à mesma espécie
Dos que se consideram inferiores;
Se julgam, porém não são.
Se formam e nascem, do mesmo jeito,
Pelas mesmas vias.
Praticamente aos mesmos males estão todos sujeitos;
Sejam dotados de qualidades ou cheios de defeitos.
Em tudo são iguais, basta irem ao banheiro
E sentir um certo cheiro;
Que feeiio?!
É o que somos.
E quando morremos...
Podem até nos oferecer honras e luxo;
Mas para esconder o quão cheiramos mal...
Um bocado de terra é o que recebemos.
Os que enquanto vivos pisam nos outros...
Uma vez mortos, necessitam do que por todos é pisado,
Para se cobrir;
Não sei se isso é de chorar, ou de rir!...
A quem se diz tão importante...
Sua ausência não esvazia o mundo;
Tampouco uma cidade fica deserta;
Ela continua, viva, sempre em festa!



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