BANDOLEIRO - Crônica Poética
Morfeu! Morfeu!... Exclamou Romeu! E continuou: "sei que a gente se perdeu;" falando a Morfeu, seu amigo canino, que era seu desde que era menino. E insistindo dizia: Morfeu, Morfeu, sou eu, seu amigo, venha comigo! Morfeu não o atendeu; Romeu não entendeu. Perplexo com o abandono, questionava o amigo humano, tamanho desapego, tamanho desprezo! Mas, insistindo, falava ao amigo canino; suplicando e listando: — olhe os benefícios dos quais você desfruta ao viver comigo! Dei-lhe uma nova casinha, troquei sua caminha! E suas roupinhas?... E continuou o rapaz, que já era um homem: — Como você ficará sem sua ração predileta; os passeios dentro da cestinha da bicicleta? O vento soprando os seus pelos na janela do carro! Nossas brincadeiras no tapete do quarto! Mas Morfeu não se convenceu; Tampouco se compadeceu. O seu novo dono, simples e sereno; apenas o esperava se decidir. Romeu queria mais daquele moço; que se poupou de qualquer esforço. Então exclamou: - E tú Morfe...