CONTROVÉRSIAS - Reflexão
Sempre me julgo, quase sempre me condeno, me puno; imputo tudo o que deu errado... a mim e ao fato de querer demais, de querer ser e ter mais, para mim e para de mim, oferecer. Me cobro... me culpo sempre, não me absolvo nunca, se e no que acertei, nem sei, se tenho acertos, eles são ocultados pelos meus desacertos, pois são apenas estes que vejo.
Sempre procurei oferecer muito, do pouco, que tive e tenho; sempre julguei pouco o muito que pude... pois, o muito do pouco, é e sempre será pouco, sendo assim, apesar de desejar oferecer muito, de fato, ofereci pouco, neste caso, para mim particularmente, não vale pensar, não vale dizer que se deu, ou doou o que pôde do pouco que se tinha, então deu, doou muito. O pouco só é, ou será o bastante, quando ele é, ou for o suficiente para atender a necessidade de quem dele necessita, de quem por ele é, ou for beneficiado.
Sonhei alto, quis muito, contudo, o meu grande sonho, o que eu mais sempre quis foi ser feliz, a felicidade sempre foi o meu grande alvo e me culpo; me culpo por ter sonhado tão alto, por querer ter tanto; acho que me perdi no meu muito querer, que o meu muito querer me impediu de alcançar a tão almejada felicidade.
Imputo aos meus muitos sonhos, ao meu apetecer, ao meu ambicionar tantas coisas que em mim gerou uma displicência em relação à tão sonhada felicidade, não te-la percebido em nenhum momento. Eu quis muito... quis tantas coisas, que me perdi e me perdi da única que verdadeiramente quis, sim, a única e às vezes penso que esta sensação de perda é devido exatamente eu ter tido, mesmo que inconsciente, apenas ela, como tudo o que eu realmente queria, o meu único e verdadeiro alvo, daí essa torturante sensação de nada ter... porque, embora se diga que, quem muito quer... nada tem; quando se persegue vários alvos, se tem a chance de alcançar ao menos um, mas, quando se coloca toda força no encalço de um único, caso não o alcance, fica sem nenhum, quando se perde o único bem que se tem, ou pensa ter, fica se, sem nada.
Ora imputo a esta minha sensação de desposse... ter ambicionada muito e não focar totalmente no que eu mais queria, ora acredito que querer demais, mesmo inconscientemente, uma única coisa, me levou a desprezar outras e por isto, este invasivo sentimento do não ter!... Perdi esta felicidade por desejar tudo, ou perdi tudo, porque tudo o que eu almejava era esta felicidade que de tão desejada e desde sempre, parecia já possui-la, embora ela fosse apenas representada, pela minha crença e esperança de tê-la?!... Todavia, não se perde o que não se tem, ou que nunca teve. Quantas controvérsias!
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