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BANDOLEIRO - Crônica Poética

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Morfeu! Morfeu!... Exclamou Romeu! E continuou: "sei que a gente se perdeu;" falando a Morfeu, seu amigo canino,  que era seu desde que era menino. E insistindo dizia:  Morfeu, Morfeu, sou eu,  seu amigo, venha comigo! Morfeu não o atendeu;  Romeu não entendeu. Perplexo com o abandono, questionava o amigo humano, tamanho desapego, tamanho desprezo! Mas, insistindo, falava ao amigo canino; suplicando e listando: — olhe os benefícios dos quais você desfruta ao viver comigo! Dei-lhe uma nova casinha, troquei sua caminha! E suas roupinhas?... E continuou o rapaz, que já era um homem: — Como você ficará sem sua ração predileta; os passeios dentro da cestinha da bicicleta? O vento soprando os seus pelos na janela do carro! Nossas brincadeiras no tapete do quarto! Mas Morfeu não se convenceu; Tampouco se compadeceu. O seu novo dono, simples e sereno; apenas o esperava se decidir. Romeu queria mais daquele moço; que se poupou de qualquer esforço. Então exclamou: - E tú Morfe...

OUTDOOR... - Conto (macroconto)

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Elôy e Rayna se conheceram e no mesmo instante se apaixonaram, viveram intensamente o que diziam ser o maior de todos os amores, daqueles que quem o assiste, jura que nunca vai acabar, que durará para sempre! E foi realmente assim, o amor jamais acabou, resistiu a tudo que precisou resistir, o que não impediu que Elôy e Rayna viessem a ser separados e se perdessem um do outro; se perderam na vida, no tempo; de tal modo que passaram a não ter notícia um do outro. Eles sofreram muito ao serem separados e o passar do tempo não amenizou aquele suplício, muito menos a intensidade daquele amor! Os responsáveis por separá-los, talvez não pensassem, não percebessem que aquele amor sobreviveria à distância, ao tempo; tampouco imaginavam que Elôy e Rayna mesmo distantes e depois de anos ainda se amassem tanto! O sofrimento de Rayna era cada vez mais intenso, pois o amava talvez ainda mais! Porém, à sua maneira... contida... inerte, amargando... o decorrer da vida!... Elôy, por bastante...

A TODOS NÓS... - Crônica Filosófica

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A cidade está deserta; Mas em suas casas há festas; Está toda quieta; Em suas ruas ninguém se desponta, se desperta; Estão todos em seus cantos, Com seus encantos, Outros com seus prantos E são tantos!... Ela que é cheia de vida!... Toda viva!... Com suas tristezas Com certeza, Também com suas alegrias. Dentro dela, Uns se destacam Pelo seu luxo Outros, pelo seu lixo... Os do luxo... notáveis, super visíveis, Os do lixo... invisíveis; Uns se acham invensíveis, Outros se sentem vencidos. Uns juram ser melhores que os outros, Outros se consideram piores que uns e outros; Os que se julgam superiores, Parecem nem pertencer à mesma espécie Dos que se consideram inferiores; Se julgam, porém não são. Se formam e nascem, do mesmo jeito, Pelas mesmas vias. Praticamente aos mesmos males estão todos sujeitos; Sejam dotados de qualidades ou cheios de defeitos. Em tudo são iguais, basta irem ao banheiro E sentir um certo cheiro; Que feeiio?! É o que somos. E quando morremos... Podem até nos oferece...

EM ALGUM LUGAR DE MIM... - Poema

Em algum lugar de mim... Parece ser o começo E também parece o fim!... Em algum lugar de mim... Há risos e alegrias, Não raramente E nem em todos os dias! Em algum lugar de mim... Há gritos, Às vezes aflitos. E o que há de normal, Pode também ser esquisito. Em algum lugar de mim... Por vezes me perco, Às vezes me acho, Ficando meu ser sereno, Como as águas de um riacho. Em algum lugar de mim... Há tanto amor, O que até me fere, Pois não impede, Que eu sinta intensa dor!... Em algum lugar de mim... Há expectativas; Tanta esperança!... E de tanto que se espera... Se cansa. Em algum lugar de mim... Há um ser que chora, Há um ser que implora, Por boas novas, Ao romper de cada dia, Ao surgir a aurora! Em algum lugar de mim... Vejo o que nem creio, Creio no que não vejo E desejo... Querendo perto, O que está longe, Querendo longe, O que está perto. Em algum lugar de mim!...

VAMOS CONVERSAR SOBRE NÓS DOIS - Poema

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Vamos conversar sobre nós dois... Nada De deixar  Nada... Para depois! Falemos de beijos, Talvez de brigas... De intrigas Da oposição, Ou de qualquer Outra questão! Que a gente pouco concorde, Ou que de tudo a gente discorde; Mas vamos conversar... Assim talvez esse amor acorde!... Vamos conversar sobre nós dois... O momento é agora; Nada de deixar tudo para outra hora, Quem de nós vai falar com quem, Se um de nós for embora! Se for para perto... O reencontro pode ser certo; Se for para longe, Mesmo que se saiba onde; O tempo pode tratar... De, de vez nos separar! Vamos conversar sobre nós dois... Pois, Talvez assim, Choremos nossas mágoas; O tempo não as apaga, Não as esconde... Como pontes sobre as águas! Vamos conversar sobre nós dois... Pois, O depois,  Pode nem existir; Mesmo que nada esteja a nosso contento... Mas o nosso tempo,  Talvez seja somente este aqui! Vamos conversar sobre nós dois!...

ÀS SOMBRAS DA NOITE... - Poema

Pode a escuridão da noite, Esconder corpos e rostos; Porém, não escondia  A vivacidade e alegria Daquela menina! Tão feminina... Segura e forte... Se parecia fantasiada de mulher!... Demostrava-se pronta  Para tudo que viesse. Se é que há alguém pronto para tudo o que vier!... Sua força parecia sua fé... Sua fé parecia sua força!... Sua determinação... Sua sorte! Mas se há sorte... Também há azar; Ambos andam juntos... Quem se acha agraciado por uma... Encontra-se suscetível ao outro!... E a menina... Veio a ser mulher; Contudo, na mulher de hoje, Parece não reconhecer, A menina de antes; Não se trata  De traços... É irrelevente  A fisionomia E sim do que se queria... Do que se esperava da vida!... A força que perecia sua fé E a fé que perecia sua força, Não falharam; Se atrapalharam...  Talvez, Ou foram atrapalhadas. Tanto o ânimo quanto a fé, Só produzem bons resultados, Se forem bem usados, Se quem os possui, Souber usá-los. Quanto à determinação, Anunciação ...

O AMOR NÃO AGENDA HORÁRIO - Conto

          Era de manhã; em uma segunda-feira que seria como todas as outras; nenhum compromisso muito importante; nenhum lugar tão novo para se ir, nada praticamente, que fugisse à rotina, até os itinerários eram praticamente os mesmos; com a exceção de um determinado lugar onde Alissa tinha um horário agendado.           E de repente, naquele lugar e momento totalmente improváveis; embora não haja lugar e ou momento determinados para que o amor apareça... surge um clima de romance... Alissa, sentiu-se, não constrangida, mas surpresa, pois a situação não era apenas inesperada, contudo, inusitada!... Pois era um dia normal, de trabalho. Uma segunda-feira!... Mas o amor não agenda dia nem horário; todo ser humano é sabedor disso; porém, não há quem não se surpreenda quando ele aparece em situações tão improváveis! E Alissa ficou sobremaneira surpresa e sem ação; não se tratava de cantadas baratas, de algum tipo de importunação ou assédio; ...

SAUDADES DE COMADRES - Crônica Humoristica

Quão engraçadas as saudades de comadres! Ficam ansiosas para se reencontrarem e matar suas saudades; até parece maldade, ficarem tanto tempo sem se ver! Sem se darem aquele abraço apertado, colocar as conversas em dia e todo dia tem assunto; na verdade, assunto não lhes falta. Ah!... Enquanto o mundo for mundo; terão o que conversar, terão casos para contar. Quantos casos! E que casos! E tamanha a necessidade de compartilhá-los! Ao se encontrarem; mal se abraçam, mal se perguntam como vão, como vão as famílias e lá vem os assuntos! É bem assim: comadre! Quanto tempo! Que saudade comadre! Nossa! Estava doida pra te encontrar comadre! — Comadre!... Então eram duas (kkkkkk) — é mesmo? — Comadre temos tanta coisa pra conversar — ­a não comadre... não fala não... eu também comadre, eu também. — Comadre, antes da senhora começar comadre, antes da senhora começar... eu preciso contar uma coisa... essa eu não posso esquecer. A comadre lembra da Nara, aquela que foi minha vizinha de porta, desd...

SEPARADOS NÃO POR ACASO... - Conto

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        Os desencontros... a distância... o tempo... a saudade!... São meus e teus rivais Flormarinha; pensava alto, Ryener, falando para si mesmo sobre o desgosto de viver longe, de viver sem o seu grande amor. Como se estivesse frente a frente com sua amada, a que carinhosamente apelidou de Flormarinha, a junção de Flor Maria, seu nome, com minha; para não ter que dizer ao se referir a ela: Flor Maria minha, então amavelmente a chamava de Flormarinha.         Ambos, há muito dolorosamente, não por acaso se encontravam separados; impossibilitados de viver seu imenso amor e de se verem, adotaram o meio de comunicação já não mais usual, as correspondências ou cartas. Mas não como aquelas antigas cartas de amor; criaram para si uma maneira bem peculiar, para se corresponderem: cartas com apenas seus respectivos endereços e com conteúdos puramente poéticos; as respostas dadas um a outro, são sempre em forma de poesia, o que à distância melhor retrata...

PAI... - Poema

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Pai... Aquele que traz,  Do alimento Ao alento; Presente e sempre Atento. Pai... Aquele que faz O filho se sentir seguro, Mesmo quando tudo, Insegurança a si próprio traz. Pai... Aquele que zela, Que seja de forma singela, Noite e dia, Do filho, da filha E como heroi se revela. Pai... Um filho jamais cresce o suficiente, A ponto de dispensar Os seus cuidados; Ao inconsequente, Corrige, Porém, jamais o desampara Pelo que lhe é imputado. Pai... Ao que de ti se torna orfão, Falta-lhe o chão; E não é necessário ser criança, Tampouco um bebê, Pois todo filho, Precisa sempre de você.